Solenta Aviation Moçambique, é uma Empresa moçambicana de Sociedade Anónima nº 100374110, constituída aos 14 de Agosto de 2006. Em 2013 passou por um investimento adicional de todos acionistas, incluindo os moçambicanos, que detêm 51% da participação local e os activos, incluindo aeronaves, foram importados e registrados em Moçambique.
Pode descrever a contribuição da Solenta como subcontractado da CCS JV neste grande projecto de LNG?
“Tornamo-nos subcontractados da CCS JV com um contracto de 4 anos.
A contribuição da Solenta no projecto é garantir a passagem segura e oportuna de todo o pessoal associado ao projecto LNG de Pemba para Afungi e outros.
O nosso papel é garantir que a logística das viagens de pessoal seja preparada e realizada antepadamente com o mínimo de estresse e interrupção possível para o cliente.” Disse Brian Holmes, Director Geral.
Existe algum ponto de destaque para a Solenta no que diz respeito à sua contribuição para além da logística aérea, olhando para o desenvolvimento econômico de Moçambique, através desta parceria com a CCS JV?
“Neste momento a Solenta tem um contracto com o Aero clube de Moçambique que possui uma licença ATO, aprovada pelo IACM para providenciar treinamento em escolas para todos os funcionários em terra nos próximos meses.
Este é um dos nossos pontos focais, infelizmente o treinamento foi adiado devido a pandemia do COVID-19.
No entanto estamos comprometidos com o desenvolvimento de toda a nossa equipe e temos como plano treinar 10 funcionários de terra.”
Quais os cursos actuais?
“De momento os cursos incluem:
1. Treinamento de indução de segurança aérea
2. CAT Perigoso e Bom 6
3. Técnico Básico
4. Reconhecimento geral da aeronave (ATR e ERJ)
5. Manuseio no solo (rampa e controlador de carga)
6. Air Side Safety (ADM)
7. FOO – Oficial de Operações de Voô e outros cursos relevantes.”
Quantos moçambicanos receberão estas formações? (a soma de 210 horas de treino refere-se a todos os estagiários)?
“Actualmente a Solenta está comprometida em treinar 7 membros da equipe parceira de Moçambique, após cada actividade de auditoria (o máximo que pode treinar em uma sessão é 20 formandos). Cada módulo de treinamento requer 5 ou 10 horas e, o número total de horas por ano, gasto no treinamento de parceiros locais será de 210 horas. Deste modo, excluindo o treinamento regular de pilotos e tripulantes de cabine, que continuará em ciclo ao longo do ano.”
Falando de mão-de-obra necessária, como é que a Solenta obtém a sua para as operações na área do site?
“De forma geral para o recrutamento de pessoal em fase de estágio o processo decorre nas Universidades, para o caso dos não qualificados e semi-qualificados os anúncios são feitos a nível interno, a palavra é passada através do ‘‘boca-a-boca’’ e o processo de entrevistas é realizado a partir da pré-selecção dos candidatos.
Para posicões de gerência o recrutamento é feito por meio do anúncios nos jornais locais e caça directa devido a limitação no mercado profissional.
Contudo a gerência e a maioria dos funcionários da Solenta Aviation Mozambique são moçambicanos, com exceção de pilotos e engenheiros, embora existam alguns pilotos moçambicanos treinados pela Solenta na África do Sul.
Para além disso, treinamos mais três pilotos (nacionais) com classificações do tipo EMB 145 e 8 tripulantes de cabine (nacionais) com licenças de tripulação de cabine, classificações do tipo EMB145 e ATR. Se tivermos sucesso com o concurso, existe ainda mais espaço para treinar 2 pilotos Moçambicanos em ATR com qualificações de tipo” confirmou, Holmes.
A Solenta actualmente trabalha com algum parceiros/subcontractados moçambicanos?
“Sim, trabalhamos com potenciais fornecedores Moçambicanos (> 51%), devidamente registados, tais como SMS Catering, Base Handling Limitada, Mozjet Limitada, Lin Limpezas limitada, Kaia Village, Strong Security, Puma/Petromoc, Francisco Umbure despachante, Limpers limitada, SJ Servicos, W services, Toyota Mocambique e Mediplus.”
A Solenta prevê oportunidades de negócio para aumentar as suas parcerias com as PME´s moçambicanas?
“O investimento significativo e o desenvolvimento da região devem trazer oportunidades de negócios para todos. Acreditamos que muitas PMEs em Moçambique poderiam beneficiar das oportunidades neste mega projecto, especialmente se o projecto priorizar a sua incorporação na cadeia de valor do LNG e no seu ciclo de vida.”
A Solenta recomendaria as pequenas e medias empresas no mercado internacional para oportunidades de negócios?
“Com certeza, Moçambique tem vários empresários motivados, oportunidades como o Projecto de LNG de Moçambique permitem que eles adquiram exposição profissional, maior experiência, troca de conhecimento tudo associado à ética de trabalho e paixão pelo desenvolvimento económico do seu país, o que posiciona estas empresas para compromissos internacionais.”
Gostaria de deixar alguma mensagem para as pequenas e medias empresas moçambicanas?
“As empresas devem registrar-se na base de dados dos fornecedores do projecto LNG, ter conhecimento dos requisitos a serem considerados como fornecedores, devem acompanhar de perto as manifestações de interesse que são lançadas em vários canais, incluindo o website da CCS JV, procurar parceiros fortes onde houver alguma necessidade, garantir que a saúde financeira da sua empresa esteja em ordem e acima de tudo ser paciente e persistente, a Solenta levou quatro anos para vencer seu primeiro contracto no sector de petróleo e gás, mas não desistimos” disse, Holmes.